sexta-feira, 30 de abril de 2010

Eles têm mais é que aplaudir

Como é patética a direita brasileira, não? Foi questão de minutos, desde o momento em que saiu a notícia de que o presidente Lula encabeça a lista da revista Time das cem pessoas mais influentes do mundo, para que o portal G1 tentasse minimizar o fato com uma versão idiota de que não era bem assim, de que o presidente não tinha sido considerado a pessoa mais influente do mundo, mas, “apenas”, tinha sido colocado no topo de uma lista contendo 25 dos cem nomes.
Detalhe: a lista não foi feita em ordem alfabética.
A versão burra da Globo para “explicar” por que o político que ela não pára de tentar ridicularizar, insultar e acusar mereceu tamanha honraria justamente dos EUA foi a de que, “Segundo o setor de Relações Públicas da revista [Time], a decisão de colocar Lula como ‘número um’ se deu meramente por ‘razões editoriais’. ‘Os editores da revista consideraram que seria mais interessante colocar o texto de Michael Moore sobre Lula como o primeiro, o que não significa que exista um ranqueamento’ ”.
Ora, pode até não existir “ranqueamento” – supondo-se que realmente tenha existido essa declaração do “setor de relações públicas” –, mas isso só torna mais importante os editores da revista Time terem achado que Lula é que deveria encabeçar uma lista que não foi feita em ordem alfabética, pois, assim, a única posição de relevo naquela lista é a de quem foi escolhido para encabeçá-la.
E o mais espantoso foi a matéria ter dito que não foi Lula o escolhido para encabeçar a lista, mas “o texto de Michael Moore”.
Também tentaram desqualificar o fato de o presidente brasileiro ter sido colocado no primeiro lugar da lista da publicação americana insinuando, de forma ainda mais burra, que tal fato se deveu ao texto homenageando Lula ter sido escrito pelo cineasta Michael Moore, tido como esquerdista. Burros. Ele não escolheu nosso presidente, apenas escreveu o texto de homenagem. Quem escolheu Lula foi a revista.
Foi ridículo ver todos os outros portais de internet correrem atrás dessa babaquice do G1 para como que exclamarem “Ufa! Graças a Deus! Pelo menos Lula ‘apenas’ figura entre as 25 pessoas mais influentes em um planeta habitado por 6 bilhões de pessoas”.
Mas, assim mesmo, a direita ficou desesperada. Os cães dos barões da mídia apressaram-se em buscar algum osso para levarem para os donos. O Esgoto da Veja se pôs a insultar Lula e a repercutir a teoria insólita do G1, e o principal blogueiro da Globo tentou fazer piada dizendo que José Serra, inimigo político de Lula, o cumprimentou “primeiro” pela honraria e que Dilma, aliada do presidente, não cumprimentou.
Mas Serra teve que aplaudir Lula. E não foi só ele. Sergio Guerra, presidente do PSDB, também foi obrigado a fazer o mesmo. Só que o verdadeiro sentimento da oposição não era esse e ficou bem expresso nas palavras dos aliados desses dois tucanos que tiveram que se render à dimensão do presidente da República, líder reconhecido e amado por cerca de oitenta por cento de seu povo e pela comunidade internacional.
Segundo a Folha Online, a oposição criticou a revista Time por ter escolhido Lula para encabeçar sua lista das cem personalidades mais influentes do mundo enquanto ficava dizendo para si mesma que a honraria não iria ajudar o presidente a influir ainda mais na própria sucessão do que já influi graças ao apoio esmagador que tem de seu povo e da comunidade internacional.
Para um bagrinho pefelê do clã Bornhausen, por exemplo, a Time teria “ficado louca” porque o presidente “não fez nada para merecer” a homenagem. Provavelmente, deve achar que subornou a revista. Mas não teve jeito. Tiveram que viver para serem obrigados a ficar de pé para aplaudir o estadista Luis Inácio Lula da Silva por ter tirado do chão o país que essa gente afundou.

texto: Eduardo Guimarães



domingo, 11 de abril de 2010

PNDH - Programa Nacional de Direitos Humanos

Pontos polêmicos e críticas não podem atrasar a imediata implementação do novo Programa Nacional de Direitos Humanos, “um documento indispensável para a consolidação da democracia brasileira”, diz Sérgio Adorno, do Núcleo de Estudos da Violência (NEV). Desde que foi lançada pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, em 21 de dezembro de 2009, a terceira versão do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) desencadeou uma onda de protestos, desagradando aos militares e vários setores da sociedade civil, do empresariado às igrejas e ao setor rural.
O professor Sérgio Adorno, coordenador do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, subscreveu um manifesto em apoio ao programa (disponível no endereço www.nevusp.org). Nele, Adorno aponta o texto como um documento indispensável para o processo de afirmação e consolidação da democracia brasileira, de maneira que os debates envolvendo o programa não devem afetar sua imediata ratificação pelo presidente da República.
Segundo Adorno, os direitos humanos estão consagrados na Constituição Brasileira e o terceiro PNDH nasce em cumprimento à lei maior, tratando de direitos essenciais consagrados em todas as sociedades onde a democracia floresceu e se consolidou. “Negar a existência ao programa é o mesmo que subtrair legitimidade ao Estado-nação que constitui e associa cidadãos e cidadãs brasileiros.”

No entanto, no dia 16 de março, o governo federal se rendeu à onda de críticas da sociedade e de entidades sociais e anunciou alterações em alguns pontos polêmicos, como a legalização do aborto, a proibição simbólica de símbolos religiosos em locais públicos e a questão da reintegração de posse de terras. O ministro Paulo Vannuchi, autor do plano, afirmou estar disposto a promover as correções necessárias. “O programa não é lei nem invade competências do Judiciário ou do Legislativo, apenas arrola propostas. Só o publicaremos novamente após construir largos consensos”, disse o ministro à imprensa.

Para Adorno, essas polêmicas e retificações devem ser olhadas pelo lado positivo, porque permitem que a sociedade pare para refletir sobre seus valores. “Não vejo nenhum problema que haja retificações, desde que sejam amplamente discutidas e negociadas”, destaca o professor, e faz um apelo: “O que não foi discutido em meio a essa polêmica é que de fato possamos garantir o monitoramento dos direitos humanos de uma maneira isenta, neutra e que permita, num espaço de tempo razoável, a cada um ou dois anos, que tenhamos um balanço do que avançou e do que não avançou”.

A luta dos direitos humanos não é dos governos, e sim da sociedade brasileira, na qual o Estado soberano tem que garantir a sua efetividade. Sendo assim, os governos deveriam fazer um monitoramento constante e regular, mas não o fazem, lembra Adorno, “cabendo essa tarefa ao NEV, que está pronto para lançar o quarto relatório de direitos humanos no Brasil, com um balanço dos avanços e recuos”.

Adorno vê o Programa Nacional de Direitos Humanos como uma tentativa de articulação de uma série de iniciativas diferentes, visando a torná-las mais eficientes para fazer valer certos direitos. “O que se espera é que o programa avance e, sobretudo, que implique muitas negociações.”

Pelo histórico da sociedade brasileira, Adorno acha que o PNDH possui algumas metas até ousadas e ressalta que se trata de um programa que diz respeito à nossa sociedade e, por isso, busca preservar duas coisas: a diversidade interna e a convivência pacífica. “Todos os brasileiros querem ver seus direitos protegidos e que a educação para os direitos humanos seja o princípio fundamental da convivência. Respeitar esses direitos é propor uma sociedade mais justa, com acesso à justiça, que reconheça que todos os grupos de indivíduos, apesar de suas diferenças, têm direito a ter direitos, assim como respeita as instituições como veículos de promoção, proteção e mediação de conflitos dos direitos humanos.”

Para Adorno, o problema não é tanto o programa em si, mas a sua execução. “Precisamos refletir a capacidade dos governos de executarem as medidas que eles mesmos propõem como metas e diretrizes. As polêmicas são necessárias para o crescimento de qualquer sociedade. É uma ilusão pensar que a democracia é paz permanente.”

Polêmicas:
Sobre as divergências a respeito do programa, Sérgio Adorno afirma não ser muita novidade, uma vez que os tópicos mais polêmicos já foram contemplados nas primeiras edições. O grau da polêmica é que está diferente, diz. O controle social da mídia, por exemplo, está referido no segundo e no terceiro programa como uma iniciativa de monitoramento do que é veiculado em geral a respeito dos temas de direitos humanos, e não como uma forma de controlar as informações, como se afirma. “O que se quer é monitorar se há uma fala depreciativa e negativa, incitando as pessoas a ter uma visão preconceituosa sobre os direitos humanos.” No fundo, complementa Adorno, é um controle social a partir de um monitoramento.
O limite entre monitorar e censurar é muito tênue, reconhece o professor. O governo federal de alguma maneira assinalou em várias oportunidades a vontade de criar um conselho, uma agência nacional, mas tanto a sociedade civil quanto os órgãos de imprensa têm resistido bastante à ideia, lembra.

A polêmica está na criação de um ranking para a mídia, que irá favorecer a promoção dos direitos humanos, como se tivesse de alguma maneira exercendo uma censura indireta. “Esse tema é muito delicado, suscita muitas resistências, que muitas vezes são legítimas e, ainda, contamos com experiências muito ruins na América Latina, com governos de direita ou de esquerda tentando controlar a mídia. Essa tentação de exercer controle é um perigo para a democracia. Por mais que qualquer um de nós possa até dizer que a imprensa exagerou, sempre resta ao cidadão o direito de reparação frente à justiça. A imprensa ética tem que garantir a liberdade e o direito de resposta e a Justiça deve garantir reparação em casos de humilhação moral, danos à integridade psíquica e identidade das pessoas.”
Homossexualismo:
Outra polêmica do programa diz respeito à união civil homoafetiva, com a possibilidade de casais homossexuais adotarem filhos. A proteção dessa união civil já estava presente no segundo programa, não é novidade também. A legislação brasileira ainda não reconhece o casamento homossexual. A discussão na Justiça a respeito da seguridade do casal ainda é grande.
A descriminalização do aborto também estava contemplada nos outros programas e nunca deixou de ser polêmica. A novidade é que houve um deslocamento dessa descriminalização, partindo da esfera dos direitos da saúde para a dos direitos da mulher. No terceiro programa se fala diretamente que ter ou não filhos é uma escolha de direito das mulheres. “Como previsto, as reações foram enormes, desde várias religiões a segmentos da sociedade brasileira que acreditam ser a vida um bem a ser protegido a qualquer custo”, explica Adorno.

Para o professor, é muito importante que aconteçam essas polêmicas na sociedade para que se possa pesar os pontos favoráveis ou não, e colocar em discussão os diferentes pontos de vista. “Só assim a sociedade avança.”
Um fato importante a ressaltar é que, além de a sociedade brasileira caminhar, cada vez mais, para o progresso econômico, o avanço democrático e a modernização, ela também vem modernizando alguns comportamentos. Adorno exemplifica com a violência doméstica, que, embora continue com um índice alto, enfrenta hoje uma forte condenação pública, que no passado era tímida. “Hoje é vergonhoso um homem aparecer como espancador de mulher e filhos. Há uma condenação pública de maus tratos. Os governos estão assumindo mais o tema, fazendo campanhas para proteger as crianças e as mulheres. As mudanças estão ocorrendo lentamente, mas estão. Muitas vezes gostaríamos que a sociedade mudasse da noite para o dia, mas, se olharmos as sociedades mais liberais, veremos que foram quase cem anos de luta, e continuam com problemas”, ressalta.

Direito à memória
mais polêmico dos pontos é a questão do direito à memória. Todas as convenções internacionais de proteção aos direitos humanos concordam com o direito à memória e à verdade sobre o que se passou durante as ditaduras – período em que cidadãos são perseguidos por suas convicções políticas e ideológicas. Para Adorno, o Brasil está com uma enorme dificuldade para resolver essa questão. E lembra: “Estamos comemorando 25 anos de retorno à democracia. O que foi isso? Por um lado, foi uma luta de vários setores da sociedade brasileira pelo retorno do Estado democrático de direito. É inegável afirmar que não foi uma entrega, e sim uma luta. Por outro lado, esse retorno foi negociado com setores das Forças Armadas, cujo núcleo duro tinha a firme intenção de manter a ditadura. Um dos argumentos para conseguir o Estado democrático de direito de volta foi garantir a não apuração dos fatos relacionados a esse momento”.
Em todas as sociedades em que a democracia se consolidou o acerto de contas foi inevitável, destaca Adorno. Não há como retornar a uma plena democracia se essas questões não forem resolvidas, acrescenta. “Esse tema sempre foi muito delicado. O governo sente dificuldade. Há setores que concordam em avançar e outros setores se referem à anistia e dizem que já foi feita a reconciliação, que não se tem mais que voltar ao passado. Essa ferida continua aberta e precisa ser fechada”, ressalta Adorno.

Adorno observa uma boa dose de exagero no debate que está em andamento. “Acompanhei muito a mídia e fiquei impressionado com certas opiniões expressas, afirmando ser esse um plano de vingança, revanchista, de uma esquerda que quer recuperar o que perdeu. Foi exagerado porque a continuidade entre os três programas é maior do que as rupturas e novidades.”

Para Adorno, trata-se de um estilo diferente de fazer política. Enquanto o PSDB é um partido que não tem tradição de ligação com os movimentos sociais, isso faz com que ele tenha maior liberdade e flexibilidade para dar formato político às demandas sociais. Já o PT, com uma forte ligação histórica com os movimentos sociais, recolhe as demandas da sociedade e procura avançar instituindo polêmicas. “Não se trata de fazer julgamento de qual governo é pior ou melhor, e sim de mostrar que os estilos são diferentes, principalmente porque o primeiro PNDH surgiu no governo FHC.”

Programa tem origem em recomendação da ONU
O Programa Nacional de Direitos Humanos está em sua terceira edição. Ele nasce das recomendações da Cúpula de Direitos Humanos da ONU, ocorrida em Viena, em 1993. Uma das recomendações pedia aos países para organizarem um programa que contivesse metas a serem alcançadas e pudesse fazer valer os direitos humanos de alguma maneira, sobretudo os descritos nas Constituições, mas também resultados de convenções internacionais.
Com o resultado da cúpula, o governo brasileiro, em 1996, resolveu editar um primeiro programa, um dos primeiros do mundo, atrás da Austrália e África do Sul. Após consulta à sociedade civil, o Ministério da Justiça, na época, consultou o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP para coordenar seminários consultivos nacionais. Foram realizados eventos nas principais capitais brasileiras, com o objetivo de recolher propostas, abordando todos os aspectos possíveis dos direitos humanos, envolvendo não só as garantias, mas também a proteção de grupos em geral muito vulneráveis (crianças, mulheres, negros, índios, homossexuais e pessoas com outras preferências sexuais).

Todo esse material foi organizado pelo NEV num grande relatório e encaminhado ao Ministério da Justiça, que conferiu a ele um formato de programa, contendo 228 medidas. O texto foi editado em maio de 1996.

A ONU sugeria ainda duas coisas importantes: um monitoramento da execução das medidas e a elaboração de um relatório anual contendo os avanços e recuos. Sugeria também uma revisão periódica do plano com vistas a incorporar as novas demandas da sociedade.

O segundo plano, realizado em 2002, ampliou algumas questões não contempladas no primeiro programa, como os direitos dos GLBT – gays, lésbicas, bissexuais e transexuais. Deu ênfase maior à questão da desigualdade racial e apontou para a possibilidade de políticas de ação afirmativa, visando a reduzir as desigualdades raciais. Em linhas gerais, conservou todas as iniciativas do primeiro programa.

O terceiro programa é uma sequência dos anteriores, agora sob o governo Lula. Nas três versões, a intenção é a mesma: um conjunto de medidas que deve de alguma maneira articular os diferentes organismos do Estado – como empresas, secretarias, institutos, fundações e ministérios – na concepção de determinadas medidas, visando a que os direitos humanos sejam protegidos, respeitados e promovidos.


Reportagem de Izabel Leão, no Jornal da USP

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Acessibilidade nos Municípios Brasileiros: Sonho ou Realidade?

A ultima constituição brasileira inegavelmente trouxe avanços nunca antes visto em termos de legislação em nosso país.
Considerada adequada do ponto de vista a atender as necessidades fundamentais de todos os cidadãos brasileiros nas áreas de saúde, educação, direitos sociais, transportes, habitação entre outros.
A questão fundamental se coloca, em como transformar essa legislação em prática.
No que refere a questão da acessibilidade nos municípios brasileiros, um passo importante foi o decreto federal 5.296/04 que toma corpo em um manual produzido pela Fundação - CEPAM, Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal.
Um manual que didaticamente discute o decreto 5.296/04 e aponta formas de viabilizar o conteúdo da legislação referente ao decreto, que se aplica a todos os municípios da federação nas questões referentes à acessibilidade.
Acessibilidade que é definida como “a condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transportes e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, Pelas pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida”. (decreto 5.296/04).
Tem um capítulo exclusivo para definições e conceitos sobre acessibilidade, passando por esclarecimentos importantes sobre as diferenças entre acessível, adaptado, desenho universal entre outros termos relacionados à acessibilidade.
O mais importante é que define prazos para que o decreto seja colocado em prática objetivamente. Também prevê penalidades ao seu descumprimento.
Vejam um exemplo, são os prazos para adequação dos edifícios públicos ou de uso coletivo.
Edificações de uso publico a serem construidas deveram estarem devidamentes adaptadas e as ja existentes o prazo era 02 de junho de 2007 conforme preve o decreto 5.296/04.
edificações de uso Coletivo a serem construídas tambem ja deveram estarem devidamente adaptadas e as ja existentes o prazo era 2 de dezembro de 2008 conforme preve o decreto 5.296/04.

Para tornar mais claras as definições dos tipos de edificações, veja:
Edificações de uso público - Aquela administrada por entidades da administração publica direta ou indireta, ou por empresas prestadoras de serviços públicos destinados ao público em geral. (decreto 5.296/04)
Edificações de uso coletivo - àquelas destinadas as atividades de natureza comercial, hotelaria, cultural, esportiva, financeira, turística, recreativa, social, religiosa, educacional e de saúde, inclusive as edificações de prestação de serviços de atividades de mesma natureza. (decreto 5.296/04)
Outro elemento importante contemplado pelo decreto refere-se aos sanitários acessíveis com entrada independente para ambos os sexos.

O decreto trata também da acessibilidade nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, casas de espetáculos, salas de conferencias e similares. Estabelecendo assento e espaços reservados, com sinalização sonora para os deficientes visuais,legenda em tempo real e interprete de sinais para os deficientes auditivos de acordo com a ABNT NR9050/04 conforme preve o decreto 5.296/04.
outro item de importância é a acessibilidade dos estabelecimentos de ensino. Tratando de estabelecimento de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade pública ou privada.
O decreto também contempla o estacionamento em edificações de uso público, coletivo e em vias públicas.
Serão reservadas pelo menos 2% do total de vagas para veículos que transportem pessoas com deficiência.
A ocupação indevida por pessoa não deficiente prevê multa e remoção do veículo.
Outro item de suma importância refere-se à acessibilidade aos serviços de transportes coletivos: abrange também os transportes ferroviários, metro viário entre outros.
Prazo para fabricação de todos os veículos acessíveis 2 de dezembro de 2014.Prazo para adequação(Frota infra-estrutura de serviços)2 de dezembro de 2008.
por isso as entidades e movimentos de pessoas com deficiencia precisam se organizarem a fim de que se faça cumprir o referido decreto 5.296/04 pois os prazos dados pelas legislações as empresas publicas e privadas ja se esgotaram e ate agora infelizmente se avançou muito pouco a questão da acessibilidade  como um todo,e se o cumprimento da legislação existente não se derem pelas vias politicas deveremos nós as entidades, os movimentos ou ate mesmo como cidadãos fazermos denuncia ao Ministerio Publico ou então ficaremos a nos perguntar,

acessibilidade nos municipios sonho ou realidade?

Zé Eduardo

terça-feira, 6 de abril de 2010

TERMINOLOGIA

Pessoa com deficiência é o termo oficial, atual e internacional adotado, pela Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade das Pessoas com deficiência, aprovada na Assembléia Geral da ONU em 2003.
Está em desuso e é errado usar termos como: inválidos, incapacitados, defeituosos, excepcionais, portadores de deficiência, pessoas com necessidades especiais e portadores de direitos especiais para se referir a esses cidadãos.Portanto os movimentos e entidades que representam as pessoas com deficiencia principalmente a FCD – Fraternidade Cristã de Pessoas com deficiencia,entidade da qual faço parte adotaram o termo PESSOAS COM DEFICIENCIA para se referir ás pessoas com qualquer deficiência seja ela física, auditiva, visual, intelectual (e não mental, pois esta em desuso), surdo ou múltipla (união de duas ou mais deficiências).
O uso do termo portador, embora ele ainda se encontre na legislação e em boa parte da literatura sobre o assunto, hoje há um consenso de que ele é impróprio. A deficiência não é algo que se carrega, não é um objeto que se porta durante um certo tempo e depois se desfaz como se fosse uma simples bolsa.
A deficiência é parte constituinte da pessoa; faz parte de sua identidade, não tem como a pessoa se desfazer dela por sua simples vontade.Portanto, a pessoa não porta deficiência, ela a possui como parte integrante do seu próprio ser.
Outra confusão ainda comum é o uso da expressão deficiente físico para indicar outros tipos de deficiência; é importante que as pessoas tenham clareza de que a palavra físico cabe apenas para caracterizar pessoas com deficiência física e não deve ser utilizada para fazer menção a outras deficiências.
Existe também uma grande diferença entre deficiência e doença, portanto, essas palavras não serão mais usadas como sinônimo dentro de qualquer texto.É preciso ficar claro que pessoas com deficiência ficam doentes e pessoas com alguma doença ou não podem vir a ficar com alguma deficiência, mas isso não é motivo para se referirem a todas as pessoas com deficiência como eternos doentes e ou incapacitados, como infelizmente ainda é feito pela nossa sociedade.
Hoje a deficiência é vista como um fenômeno relacional social e historicamente construído.
Em 2002 a CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade e Saúde) da Organização Mundial de Saúde reclassificou as diversas deficiências. A CIF mede a capacidade dessas pessoas em diferentes níveis de dificuldades relacionadas às tarefas do cotidiano e não somente avalia a incapacidade gerada pelo seu déficit fisiológico, como no antigo Código Internacional de Doenças (CID).
Este texto visa orientar e esclarecer a todos (as), por isso peço que aqueles(as) que quiserem façam a divulgação deste texto afim de que mais pessoas tomem conhecimento e passem a usar as terminologias corretas nos textos elaborados quando se referirem as Pessoas com Deficiência.

texto:Zé Eduardo

domingo, 4 de abril de 2010

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Já ultrapassando mais de 25 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência em nosso país, é raro vermos as pessoas com deficiência transitando nas ruas, usando os parques de diversões, as praças públicas, os restaurantes, as escolas, os cinemas, as boates, os motéis, os bailes, os cartórios, os fóruns, os aviões, as tribunas parlamentares. Como é raro. Quase não se vê pessoas com deficiência no nosso cotidiano em nossas vidas. Mas apesar de existirem, e em grande quantidade. Por que será?
Uma criança ao ver uma pessoa com deficiência física logo de imediato pratica o dom de ciência inerente a toda a criança. Mãe olha aquele homem não tem uma perna? Onde esta a perna dele mãe?
Não pergunte isso menino esta vendo que é feio? Fique quieto e pare de olhar... Indaga a mãe.

E assim esta criança nasce, cresce se torna adulta e nunca deixará de reparar que uma determinada pessoa humana tem a falta de algum membro de seu corpo, por falta de convívio. A onde erramos nós sociedade?com certeza na formação de nossas crianças.
Se uma criança for criada em um sistema escolar inclusivo juntamente com outra criança com algum tipo de deficiência, conforme preconiza as políticas de educação inclusiva, no futuro será um adulto sem preconceito, sem segregação, será um adulto que aprendeu a conviver e a viver juntamente ao lado de uma pessoa com deficiência, será lapidada de seu pré-conceito, estigma, estereótipo, será uma pessoa formada em outro alicerce cultural, com outra visão de ser humano, com outros valores e saberes.
Acreditamos que crianças que passam pelo processo de inclusão têm uma sensibilidade muito grande. Sabem melhor do que os adultos quais são as dificuldades que outras crianças terão.
A Educação Inclusiva dentro dos seus pressupostos filosóficos e pedagógicos tem este dom, o dom de aceitarmos as diferenças do jeito que são os normais e os ditos não normais, misturam-se, interagem-se hegemonizam e vira um só ser humano, irmão na mais ampla concepção da palavra. Entre malefícios e benefícios da Educação Inclusiva, os benefícios são maiores quando trata à questão da lapidação do preconceito, que é sem dúvida nenhuma, um dos maiores problemas das pessoas com deficiência para ter uma vida mais saudável, e os mesmos direito das demais pessoas, direito a igualdade mutua de participação. Neste sentido a Educação Inclusiva passa a ser mais completa, mais humana, mais solidária, enraizada em valores de cooperação mútua de troca de experiência, onde temos uma sociedade que realiza as coisas em grupo em equipe, e isso a Educação Inclusiva pode oferecer a toda a pessoa com deficiência ou sem deficiência.
Por este e outros motivos entendemos que este processo de inclusão é um processo de aprendizado. As pessoas estão aprendendo a viver com os diferentes. E isso só se aprende na ação e dentro de um contexto. Por isso achamos importante as pessoas estarem abertas para esse tipo de vivência. Sendo assim, este coletivo se coloca a favor da Educação Inclusiva, a onde podemos todos juntos criar uma classe inclusiva, uma gestão inclusiva, um conselho inclusivo, e por fim uma escola inclusiva a onde acaba gerando uma sociedade inclusiva, passando a ter agentes sociais inclusivos; um guarda inclusivo, um motorista inclusivo, um professor inclusivo, um taxistas inclusivo, um atendente de padaria inclusivo, um prefeito inclusivo, em fim que se inicie em uma escola inclusiva e passamos a ter uma cidade toda inclusiva, um estado inclusivo e um país inclusivo. Isto é o ideal, para tanto basta querermos, basta mudarmos as estruturas e formas utilizadas ao longo do tempo onde estavam viviam e estudavam as pessoas com deficiência. Ao longo do processo histórico e cultural as pessoas com deficiência ficaram isoladas, tratadas no seu mundo fora da realidade, a onde instituições se transformam em centro de excelências sobre deficiências, detém o conhecimento sobre a causa, detém a tecnologia, tirando este conhecimento da sociedade que iria processar esta tecnologia normalmente na convivência com pessoas com deficiência. Portanto, salientamos mais uma vez a especial atenção a ser dada a Educação Inclusiva que ao nosso entender e juntamente com mais de quatro mil e setecentos professores com deficiência do estado de São Paulo, a Educação Inclusiva passa a ser uma receita que a humanidade tem que devolver a este seguimento que teve privado a liberdade, o direito de ser, fazer e conviver com seus pares.
E entendemos que em uma escola onde está à luz da Educação Inclusiva a ênfase esta na cooperação, professores e pais trabalhando juntos de forma muito integrada.
Observamos também, que pais que têm filhos com deficiência de aprendizagem não recebem treinamento para serem pais. Aprende fazendo, simplesmente têm de fazer, assim também são os professores, só aprenderam a inclusão se tiverem alunos com deficiência e sem deficiência estudando juntos na mesma sala, compartilhando os mesmos problemas e caminhando juntos e solidariamente.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

PESSOAS COM DEFICIENCIA, VOCE SABE COMO AJUDA-LAS?

As pessoas com deficiência, sempre se deparam com pessoas que não estão preparadas para ajudá-las veja como você pode auxiliar, de maneira correta, sem ser desagradável.
Muitas pessoas sem deficiência ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência isto é natural, todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante de algo que não estamos acostumados a lidar.
Não faça de conta que a deficiência não existe aceite-a,não subestime suas possibilidades,nem superestime as dificuldades.

As pessoas com deficiência tem o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas.
Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas atividades e por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas exatamente como todo mundo.
Quando quiser alguma informação de uma pessoa deficiente, dirija-se diretamente a ela e não a seus acompanhantes ou interpretes sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda e espere sua oferta ser aceita antes de ajudar, e pergunte a forma mais adequada para fazê-la.
Mas não se ofenda se seu oferecimento for recusado, pois nem sempre as pessoas com deficiência precisam de auxilio, as vezes uma determinada atividade pode ser mais bem desenvolvida sem assistência

Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer algo solicitado por uma
pessoa com deficiência,sinta-se livre para recusar.
Nesse caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.
Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada, aja com
naturalidade e tudo vai dar certo.
Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falham podem apostar...

Texto: Zé Eduardo