quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A energia da nossa militancia vai fazer a diferença

A confiança de Dilma e Lula na militância para conquistar a vitória é total.
Nessa última semana de campanha, a energia da nossa militância vai fazer a diferença, como sempre fez.
Vamos às ruas deixar claro que Dilma é a única garantia de que o país vai continuar no caminho iniciado pelo Governo Lula, com desenvolvimento econômico, respeito à democracia e ao meio ambiente. É a única alternativa para continuarmos gerando empregos, distribuindo renda, garantindo moradia digna, saúde, segurança e edudação. É a única candidata que se compromete com a defesa do pré-sal, com uma política externa independente, com o fortalecimento das empresas estatais.

Vamos levar informações para combater a onda de boatos e calúnias em que se apóia a candidatura adversária, e não vamos em hipótese alguma, aceitar provocações.
Vamos falar com as pessoas, no trabalho, no ponto de ônibus, na comunidade e também na interner. Vamos de casa em casa conversar conversar com as famílias.
Vamos usar bem os materiais de campanha. se você não tem, produza o seu. No site da Dilma, você encontra tudo pronto para imprimir.

É muito importante estar presente em toda a parte, mostrando com paz e tranquilidade a opção Dilma13.
É dessa forma que vamos assegurar e ampliar a expressiva votação que deu vitória a Dilma no 1º turno e conquistar mais votos para reafirmar o nosso desejo de continuar construindo um Brasil justo, igualitário e fraterno. Vamos juntos(as), rumo à vitória!
Lembre-se: no dia da votação, é permitido o uso de camiseta, boné, botton, adesivo, símbolos dos partidos coligados ou de bandeira.
Veja aqui a lista de Materiais Dilma13
Adesivos - Lembre-se, adeviso não é panfleto. É para colar e não apenas para distibuir;
Perfurades, adesivos para carro - os adesivos maiores são preferencialmente para carros que circulam bastante. Nossa presença nas ruas é fundamental nessa reta final;
Folhetos - importantíssimo para o corpo-a-corpo, para entregar quando conversar com as pessoas;
Adesivos e cartazes - se você não os tem, escolha um, clique e imprima o seu;
Bandeiras - devem estar na rua, sempre. Vale revezar, quando não estiver usando, empreste-a;
Faixas - são importantíssimas. Mapeie os lugares com boa visibilidade e peça autorização para as pessoas para colocá-las;
Praguinhas e bottons - o uso incentiva outras pessoas a usarem. Use sempre e distribua. Se for possível, cole uma dos simpatizantes que encontrar;
Colinhas - imprima tantas quantas puder distribuir aos seus amigos e conhecidos simpatizantes antes das eleições, porque no dia da eleição não é permitida a distribuição de material fora da sede do Partido.

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terça-feira, 12 de outubro de 2010

A RAZÃO CONTRA A EMOÇÃO

Por mil motivos julgo que estamos vivendo processo eleitoral de um tipo inédito ao menos em nosso país. E quem está pautando esse processo é um conclave que envolve o PSDB, o Democratas, as Organizações Globo, o Grupo Folha e a Editora Abril (revista Veja), além de alguns outros veículos menores que lhes seguem a linha de atuação.
A estratégia tucano-midiática, de repente, tornou-se clara como o dia para mim. E é diabolicamente “inteligente”. Partiu de uma aposta que a direita fez de que o brasileiro é um povo estúpido, preconceituoso e sobejamente irracional.
Foi criada uma onda de difamação que tenta exacerbar o que há de pior em nossa sociedade em termos de arrogância e preconceito. Essa onda, agora, também se mostra produto da intenção de desequilibrar emocionalmente a Dilma Rousseff, aos seus aliados e à militância petista.
A afronta se une à censura midiática para produzir indignação até que esta seja manifestada de forma destemperada e impensada pelos alvos da aliança conservadora. A mídia, agora, chega ao ponto de jogar na arena até uma fraude escandalosamente evidente sobre uma relação homossexual que Dilma teria mantido.
É uma farsa evidente. Está sendo investigada, inclusive. E até a mídia admite que é uma farsa, ao noticiá-la. Contudo, dá publicidade porque assim pode fazer alguns pensarem que “onde há fumaça, há fogo”.
O objetivo é de, mais uma vez, sobrepor a emoção à razão. Não só de Dilma e de seus aliados, mas também da militância, para que entre no jogo sujo, para que seja tentada a usar a lei de talião – olho por olho, dente por dente.
A população, por sua vez, está sendo convidada a pensar com o lado intolerante e preconceituoso que nos ameaça a todos os que caminhamos por este vale de lágrimas. A não usar a cabeça para pensar em como melhorou a vida no Brasil. E a cometer o suicídio de colocar de volta no poder um grupo político que espoliou a nação durante boa parte do século XX.
Mas há como combater com facilidade uma estratégia como essa.
Enquanto escrevo, assisto ao início do programa do PSDB da noite. Está passando aquela cena dos quadros dos presidentes Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Lula. A propaganda prega o medo de que Dilma seja um novo Collor.
Quero, mais uma vez, insistir com a campanha do PT: é preciso trazer a peça da campanha de Serra a presidente de 2002 em que Regina Duarte faz o discurso do medo, que guarda toda a relação com o discurso do mesmo Serra em 2010. Ao assisti-la, o Brasil se dará conta do que estão tentando fazer.
Não tenho interlocução com o governo. Não tenho interlocução com o PT. Não tenho interlocução com a campanha de Dilma. Poderia ter essa interlocução, aliás, mas não quero. Evito proximidade com políticos porque desejo ser independente.
Mas sei que vários políticos ou militantes com acesso ao PT, à campanha de Dilma e até ao próprio presidente Lula lêem este blog. É por isso que quero pedir a essas pessoas que levem a eles não só a sugestão sobre o discurso do medo de Regina Duarte, mas o fato de que a campanha do PT precisa lembrar melhor à sociedade o que foram os anos FHC.
Onde está aquela conta de luz da época do apagão de FHC em que vinha a mensagem de que quem ultrapassasse a cota estabelecida no racionamento teria a energia cortada? Onde estão as notícias dos jornais sobre o eterno problema da dívida externa e da falta de dólares no país, entre outras que fariam as pessoas se lembrarem do que era o Brasil quando Serra esteve no poder?
Por outro lado, a campanha de Dilma e o próprio PT precisam entender que a mídia levará essa estratégia de afrontar os adversários de Serra até o impensável. Não duvido nada de que nos jornais dos próximos dias difundam a “acusação” de lesbianismo a Dilma. Dirão que é falsa, mas irão expor o assunto para que alguns fiquem em dúvida.
A mídia se apresenta como uma espécie de juíza da eleição, com autoridade para dizer quem está certo e quem está errado e para acusar um dos lados sob o argumento de que aquele lado é culpado de alguma coisa.
Dá para vencer um jogo em que o juiz é ladrão? Dá. O futebol e as campanhas de Lula em 2002 e, sobretudo, em 2006 mostram que é possível. Contudo, temos que ter em mente que realmente Dilma não é Lula e que a população está sendo apresentada só agora a ela. E é nesse ponto que a difamação ganha impulso: na ignorância e no medo do desconhecido.
Penso, portanto, que tudo ficará mais difícil se Dilma, seu partido, seus aliados e o próprio presidente Lula não enfrentarem a imprensa tucana. As propagandas de um e de outro candidato dirão o que quiserem, mas a mídia dará razão a Serra de uma forma ou de outra.
Neste momento em que vou terminando o texto, a repórter do Jornal Nacional que cobriu a visita que Dilma fez nesta segunda-feira à basílica de Nossa Senhora da Aparecida ironiza o fato dando entonação à voz ao falar sobre a “religiosidade” da candidata.
Como lutar contra isso sem lutar, sem criticar, sem denunciar o partidarismo, a tendenciosidade e a manipulação?
A campanha de Dilma reagiu, a candidata reagiu no debate da Band, a propaganda eleitoral na TV está atacando Serra, mas ainda é pouco. A mídia continuará desequilibrando a disputa em favor de Serra. Resta saber se será possível vencer a eleição com tal desvantagem…
Enfim, um fato acima de todos os outros: o grande desafio à campanha de Dilma será o de sobrepor a razão à emoção. E não só na mente coletiva, mas na dos protagonistas da campanha do PT. Razão para não se deixar descontrolar pela afronta, pelo jogo baixo, pelas calúnias dolorosas que estamos vendo, principalmente.
Este é um momento de grande reflexão. O Brasil está sendo ameaçado pela possibilidade de vir a ser governado por um grupo político-econômico-midiático que tratará, acima de tudo, de fatiar e vender o pré-sal. É nisso que eles estão de olho. A grande oportunidade para este povo deixar a pobreza e a miséria está sob uma ameaça poderosíssima.
por Eduardo Guimarães

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Como será a bala de prata na campanha

Qual a bala de prata, a reportagem que será apresentada no Jornal Nacional na quinta-feira que antecederá as eleições, visando virar o jogo eleitoral, sem tempo para a verdade ser restabelecida e divulgada?
Ontem, no Sarau, conversei muito com um dos nossos convivas. Para decifrar o enigma, ele seguiu o seguinte roteiro:
1. Há tempos a velha mídia aboliu qualquer escrúpulo, qualquer limite. Então tem que ser o episódio mais ignóbil possível, aquele campeão, capaz de envergonhar a velha mídia por décadas mas fazê-la acreditar ser possível virar o jogo. Esse episódio terá que abordar fatos apenas tangenciados até agora, mas que tenham potencial de afetar a opinião pública.
2. Nas pesquisas qualitativas junto ao eleitor médio, tem sobressaído a questão da militância de Dilma Rousseff na guerrilha. Aliás, por coincidência, conversei com a Bibi que me disse, algo escandalizada, que coleguinhas tinham falado que Dilma era "bandida" e "assassina". Aqui em BH, a Sofia, neta do meu primo Oscar, disse que em sua escola - em Curitiba - as coleguinhas repetem a mesma história.
As diversas pesquisas de Ibope e Datafolha devem ter chegado a essa conclusão, de que o grande tema de impacto poderá ser a militância de Dilma na guerrilha. A insistência da Folha com a ficha falsa de Dilma e, agora, com a ficha real, no Supremo Tribunal Militar, é demonstração clara desse seu objetivo. Assim como a insistência de Serra de atropelar qualquer lógica de marketing, para ficar martelando a suposta falta de limites da campanha de Dilma – em cima de um episódio que não convenceu sequer a Lúcia Hipólito.
Aliás, o ataque perpetrado por Serra contra Lúcia – através do seu blogueiro – é demonstração cabal da importância que ele está dando à versão da falta de limites, mesmo em cima de um episódio que qualquer avaliação comezinha indicaria como esgotado.
A quebra de sigilo é apenas uma peça do jogo, preparando a jogada final.
A partir daí, meu interlocutor passou a imaginar como seria montada a cena.
Provavelmente alguém seria apresentado como ex-companheiro de guerrilha, arrependido, que, em pleno Jornal Nacional, diria que Dilma participou da morte de fulano ou beltrano. Choraria na frente da câmera, como o José Serra chora. Aí a reportagem mostraria fotos da suposta vítima, entrevistaria seus pais e se criaria o impacto.
No dia seguinte, sem horário gratuito não haveria maneiras de explicar a armação em meios de comunicação de massa.
Será um desafio do jornalismo brasileiro saber quem serão os colunistas que endossarão essa ignomínia – se realmente vier a ocorrer -, quem serão aqueles que colocarão seu nome e reputação a serviço esse lixo.
Essa loucura - que, tenho certeza, ocorrerá - será a pá de cal nesse tipo de militância de Serra e de falta de limites da mídia. Marcará a ferro e fogo todos os personagens que se envolverem nessa história. Incendiará a blogosfera. Todos os jornalistas que participarem desse jogo serão estigmatizados para sempre.
Todas essas possibilidades são meras hipóteses que parte do pressuposto da falta de limites total da velha mídia.
Mas a hipótese fecha plenamente.
 
por Luis Nassif.

domingo, 5 de setembro de 2010

F C D Guaratingueta/SP

 a Fraternidade Cristã de Pessoas com Deficiencia convida voce a participar da mega festa em comemoração aos 25 anos de historia,que acontecera nos dias 18 e 19 de setembro de 2010.
o evento sera realizado na escola Jose Augusto do Amaral localizada no Parque Santa Clara,a Rua Alfredo Lisboa s/n.

sábado, 7 de agosto de 2010

Os erros da direita Brasileira

Com sua imensa auto confiança, Lula chegou a dizer que esta seria a campanha mais fácil para o PT. Comparado com as anteriores, o PT dispõe da vantagem de poder apresentar os resultados do seu governo e não ter que estar confinado ao marco das críticas aos governos dos outros. Este fator já contou fortemente para decidir favoravelmente a eleição de 2006, mas agora, com os dois mandatos, parece contar de maneira ainda mais decisiva.
Mas para ganhar o favoritismo na campanha atual, contou-se também com os erros da direita, de que esta campanha é uma demonstração cabal. Antes de tudo a direita – que conta, sobretudo com o monopólio dos meios de comunicação como sua maior força – seguiu acreditando em um poder que se revela cada vez mais declinante.
A campanha contra o governo em 2005 e a utilização pesada desse monopólio no primeiro turno das eleições de 2006 – em que tiveram peso determinante, com suas manipulações, para a passagem ao segundo turno – lhes deram uma sensação de onipotência, de falar em nome do país da opinião pública. Ficaram com a impressão de um poder que já era declinante e que perdeu aceleradamente força conforme o apoio ao governo se consolidou.
Mas os maiores equívocos vieram da assunção dos valores neoliberais a fundo, acreditando que a população seria solidária com essas posições, confundindo seus interesses com os do país – como é típico da mídia conservadora. Passaram a acreditar que a população brasileira não gosta do Estado, que tudo o que vem do Estado lhe aparece como negativo e que, por conseqüência, o que vem do mercado aparece como positivo à população.
Criticam qualquer gasto governamental, sem nunca discriminar sua destinação, como se à população qualquer ação estatal aparecesse como negativa. Não discriminam se trata de contratar burocratas ineficientes – o clichê que tem do funcionário público – e não professores, enfermeiras, médicos, para atender a massa da população.
As críticas de FHC e do Serra sobre o “corporativismo” (?) do governo Lula não fazem nenhum sentido para a população, que nem entende o que significa, nem considera que seja um dos problemas essenciais do Brasil. A própria revista conservadora britânica The Economist considera que o povo brasileiro gosta do Estado, que lhe garante direitos. Como esta problemática não está incluída na ótica neoliberal – a dos direitos -, a direita brasileira é vitima dos seus próprios preconceitos e fica na contramão da opinião dos brasileiros.
Da mesma forma, consideram que a participação do movimento sindical e dos partidos seja considerada negativamente pelo povo, assim como julgam que qualquer critério ideológico seja desvirtuado dos objetivos do Estado. O povo prefere um governo que tenha afinidades com os sindicatos – que personificam reivindicações para grandes contingentes da população a um governo, como o de FHC, que criminaliza os sindicatos e nega suas reivindicações.
No plano internacional, a direita carrega a concepção tradicional de relações privilegiadas (de subordinação) com os EUA e com a Europa. Acreditava que o dinamismo econômico externo continuasse a vir desses eixos e propugna o privilegio de relações com eles. A crise atual demonstrou exatamente o contrário. Os países do centro do capitalismo não saem da crise, enquanto que os que optamos pela integração regional, saem, ao lado do conjunto dos países do sul do mundo.
A direita acredita nas mentiras que propaga. Por exemplo, a de que há um empate técnico, de que os candidatos começam o horário eleitoral numa situação de equilíbrio. É vitima do seu próprio veneno.
O erro mais importante, no entanto, do qual paga um preço caro, é o governo FHC, que acreditou que com a simples estabilidade monetária poderia conquistar apoio popular para perpetuar o projeto do bloco tucano-demista no poder. Sacrificou as políticas sociais, o desenvolvimento econômico, a soberania nacional, o papel ativo do Estado, a regulação econômica, os direitos da massa da população – em função do ajuste fiscal e da hegemonia do capital financeiro.
FHC escolheu como tema central para atacar, a estabilidade monetária, os dados inflacionários aos salários, o ajuste fiscal como remédio para todos os males. Lula escolheu a injustiça social, com o crescimento e a distribuição de renda como antídotos. Fica claro que tem razão e quem triunfou. Com os méritos da esquerda e os erros da direita.

fonte:blog do Emir Sader

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Dilma e o Terrorismo

O bombardeio para reduzir as chances de Dilma Roussef, candidata do PT, do presidente Lula e de uma coalizão de partidos que vai da esquerda à centro-direita, começou cedo. A direita que apóia Serra dissemina não só a suposição de que Dilma não tem experiência política, mas também que é uma terrorista. Retoma, assim, os qualificativos que a ditadura militar utilizava contra todos os que se opunham a ela.
Naquela época, embora exilado no exterior, Serra também era tido como terrorista pelo regime que aplicou o mais perverso terrorismo de Estado da história brasileira. Nessas condições, não deixa de ser um sinal evidente que, ao passar para o outro lado, ele assimila os mesmos métodos de propaganda suja que a ditadura empregou contra seus opositores.
Mais recentemente, essa direita serrista voltou suas baterias para criar dissensões no PT, entre pretensos radicais, nos quais incluiu Marco Aurélio Garcia, Franklin Martins e Paulo Vanucci, e pretensos moderados, cujas principais expressões seriam Antonio Palloci e Luís Dulci. A revista Veja, por exemplo, tomando por base a proposta de programa do PT, que seria radical, retrógrado e autoritário, erroneamente apresentado ao Tribunal Eleitoral como o programa de coalizão da candidata, coloca em dúvida a capacidade de Dilma em controlar aqueles "radicais", ao contrário do que Lula teria feito.
Assim, esse bombardeio preliminar fornece alguns elementos sobre as formas de luta que a direita vai utilizar na disputa eleitoral, em contraposição às balas de açúcar que alguns setores da burguesia estão oferecendo a Dilma, como as platéias de empresários, dispostos a ouvir suas propostas, e o almoço simpático e civilizado oferecido por D. Lily Marinho. Serra visa reunificar a burguesia e colocá-la sob seu comando, explorando o medo ao PT. Nada diferente do que a direita fez em 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006.
Embora essa tática esteja desgastada, não se pode subestimá-la. Se a candidata petista acreditar que as balas adocicadas podem salvá-la dos ataques ferozes da direita raivosa, pode estar incorrendo em ilusão. Em outras palavras, pode estar acreditando ser mais positivo não responder com firmeza à direita. Pode achar desnecessário colar o candidato Serra aos descaminhos do governo FHC. Pode considerar indispensável continuar tranqüilizando o sistema financeiro quanto a medidas de controle contra o capital especulativo. Ou ser induzida a ter suas atividades restritas à conquista do apoio dos setores de centro da burguesia.
Portanto, indiretamente, a candidata petista pode ser levada a dar pouca importância à necessidade de concentrar sua campanha no corpo a corpo com as grandes massas do povo. Isto é, o mesmo tipo de corpo a corpo que quase levou Lula à vitória em 1989 e o levou à vitória em 2002 e 2006. Corpo a corpo que a obrigará, inevitavelmente, a responder com mais firmeza a questões de interesse popular, como as políticas de juros, ampliação da redistribuição de renda, assentamento dos lavradores sem-terra, criação de empregos, moradia popular e democratização política, social e econômica.
Se a candidatura petista não fizer essa inflexão para o corpo a corpo com as camadas populares do eleitorado brasileiro, quase certamente não conseguirá romper o atual empate técnico e político com o candidato da direita e correrá até mesmo o risco de perder no primeiro turno. Além disso, a campanha de Dilma parece ter um problema de coordenação, relacionado tanto com a suposta contratação de arapongas para fabricar dossiês contra o candidato tucano quanto com o registro errado do programa de governo da candidata no Tribunal Eleitoral.
Ambos os incidentes apontam para falhas graves, que abriram flancos a ataques da direita e, provavelmente, podem ter levado confusão ao seio de seus apoiadores. O pior é que parece haver uma tendência de culpar o mordomo, ou a secretária, por erros dessa gravidade.
O que pode ser o mesmo que não resolver os problemas políticos de fundo que possa haver causado tais falhas, o que pode ser fatal para sua campanha.
Por fim, parece haver na campanha Dilma uma certa presunção de que o apoio do presidente Lula pode superar qualquer dificuldade que apareça. Esta idéia também pode ser perniciosa para a candidatura petista. É evidente que o apoio de Lula é essencial para o seu crescimento. No entanto, embora necessário e fundamental, ele não é suficiente.
Se ela, a militância e os filiados do PT ficarem esperando os passos de Lula, ou da coordenação da campanha, e não tomarem a decisão de levarem a campanha para as ruas, como ocorreu em 1989, 2002 e 2006, certamente contribuirão para manter os índices de preferência da candidata petista abaixo do necessário para vencer.
Nessas condições, embora a tendência de crescimento da candidatura Dilma pareça favorável, é provável que ela esteja vivendo uma situação crítica que pode fazê-la desandar se os problemas listados acima não forem devidamente detectados e sanados a tempo. Em particular porque a direita não dará trégua diante de qualquer erro, engano ou vacilação.
A direita serrista está disposta a fazer terrorismo da pior espécie, ao mesmo tempo em que se aplica na tentativa de etiquetar a candidata Dilma, o PT e a esquerda de terrorista, radical, retrógrada e autoritária. Talvez tenha chegado o momento de responder com mais firmeza a essas questões.

Wladimir Pomar é escritor e analista político.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

AOS LEITORES EM GERAL

A edição deste domingo da Folha de S.Paulo tem em sua principal manchete a acusação: Petistas fazem dossiê contra ministro do PT. A leitura da matéria esclarece: seriam petistas com origem no sindicalismo bancário. Fontes em off apontam: os suspeito são o sr. Alencar Ferreira e o sr. José Luiz Salinas, ligados ao ex-presidente do PT Ricardo Berzoini, ocupantes de altos cargos nas empresas do BB. Fontes atribuem o tal dossiê, que a leitura da matéria revela tratar-se de uma carta apócrifa, à disputa pela direção da PREVI. E dão como conseqüência do episódio o suposto enfraquecimento dos ‘bancários' na direção da campanha presidencial. E insinuam que eu teria estimulado a confecção ou distribuição da referida carta.
Esclareço:
1 - O ministro Mantega sempre teve meu apreço e reconhecimento pela brilhante atuação à frente da política econômica do nosso país, que permitiu o enfrentamento da crise econômica mundial e uma estratégia de crescimento sustentável para o Brasil. Um ataque covarde e anônimo ao ministro só pode interessar aos que não tem compromisso com nosso governo.
2 - Conheço os ‘suspeitos' há tempo suficiente para não acreditar que pudessem recorrer ao mais covarde dos instrumentos para atingir supostos objetivos políticos. Trata-se de profissionais concursados do BB, que exercem altas funções no banco há bastante tempo, sempre elogiados por suas atuações.
3 - Acredito que o anonimato é o último refúgio da covardia, tanto em cartas como nos offs jornalísticos. É grotesca a tentativa de atribuir a mim estímulo ou conivência com uma iniciativa dessas. Os que usam o off para fazer ilações anônimas incorrem na mesma falta de ética que os escritores de cartas apócrifas.
4 - Que eu saiba, não houve nenhum pleito dos bancários petistas em relação à campanha presidencial. Eu, desde que deixei a presidência do PT, em fevereiro deste ano, informei ao novo presidente do partido, companheiro José Eduardo Dutra, e à nossa candidata Dilma Roussef, que gostaria de dedicar o ano de 2010 ao meu mandato, prejudicado por mais de quatro anos de dedicação integral à direção nacional do PT, à minha campanha e ao convívio familiar, tão afetado pelas demandas partidárias. Estou atuando na campanha como militante no estado de São Paulo, defendendo nosso projeto e nossa candidata, com muita alegria. Quando tenho qualquer opinião relevante sobre a campanha, encaminho ao meu presidente, companheiro Dutra.
5 - Recentemente, em conversa com o ministro Mantega, sobre outros assuntos de interesse da política econômica, comentei sobre a tal carta apócrifa, que havia sido tema de uma coluna do jornalista Cristiano Romero, do Valor Econômico. Sugeri ao ministro que determinasse ao BB a abertura de sindicância interna para apurar a eventual participação de funcionários do banco em sua elaboração. Disse a ele que, assegurado o direito de defesa, se constatada a participação de algum funcionário, este deveria ser excluído dos quadros da instituição, na forma dos normativos internos. Afinal, o uso do anonimato para atacar um ministro de estado e um vice-presidente do banco é uma deslealdade à corporação e ao país, pois o banco tem uma competente auditoria para apurar denuncias firmada por seus funcionários.

Deputado Ricardo Berzoini (PT-SP)